Se a ideia de passar uma noite no meio do deserto te parece desconfortável, é porque você ainda não conheceu os desert retreats de Omã. Nada de acampar improvisado ou areia invadindo a barraca — aqui, você dorme em tendas luxuosas, toma chá com cardamomo sob as estrelas e assiste ao pôr do sol em um cenário que parece retirado de um filme épico. É o tipo de experiência que redefine o que você entende por “se desconectar”.
O deserto mais procurado para essa vivência é o Wahiba Sands (também chamado de Sharqiya Sands), uma região de dunas douradas que se estende por mais de 12 mil km². Fica a cerca de 2 horas e meia de carro de Mascate, a capital de Omã. Você pode alugar um 4×4 ou contratar uma agência local — muitas oferecem pacotes que incluem transporte, refeições, guia e hospedagem. A viagem por si só já vale a pena: a estrada atravessa pequenas vilas, oásis escondidos e formações montanhosas impressionantes.
A melhor época para visitar é entre outubro e março, quando as temperaturas estão mais agradáveis, variando entre 15ºC e 30ºC. No verão, o calor pode passar dos 45ºC com facilidade — e, vamos combinar, ninguém quer derreter em plena duna. Fora isso, os céus são incrivelmente limpos, oferecendo noites estreladas que fazem qualquer aplicativo de constelação parecer inútil diante da realidade.
E o que se faz por lá? Muita coisa — ou quase nada, dependendo do seu ritmo. As opções vão desde passeios de camelo ao nascer do sol, sandboard nas dunas (sim, tipo snowboard, mas com mais areia nos sapatos), trilhas com guia até pontos panorâmicos, até momentos mais contemplativos como assistir o sol se pôr no silêncio absoluto do deserto — um espetáculo simples, mas que te faz esquecer qualquer notificação do celular.
Além disso, a hospitalidade omanita é algo que marca. Os anfitriões, muitas vezes descendentes de beduínos, recebem os visitantes com sorriso fácil, chá de menta fervendo, e histórias que passam de geração em geração. À noite, as rodas ao redor da fogueira são recheadas de comida típica — como o shuwa (cordeiro cozido lentamente em forno subterrâneo), majboos (arroz aromático com especiarias) e pães frescos assados na brasa. Comer olhando para o céu estrelado e ouvindo o som do nada? Sim, por favor.
A culinária é uma atração à parte. Em vez de buffets genéricos, a maioria dos acampamentos serve comida local feita na hora. Muitos ingredientes são frescos e simples, mas combinados com especiarias que fazem a alma sorrir — cardamomo, açafrão, canela e limão seco são frequentes. Se tiver curiosidade, peça para visitar a cozinha e ver o preparo: os anfitriões adoram compartilhar a cultura através da comida.
E por que você deveria considerar Omã e não outro deserto famoso como o Saara ou o Atacama? Porque aqui ainda há autenticidade. Omã ainda não foi engolido pelo turismo em massa. Os acampamentos são menores, mais íntimos, e você raramente vai topar com multidões de turistas. É um lugar onde dá pra viver a experiência de forma mais próxima do real — com charme, mas sem exagero. Um verdadeiro luxo silencioso.
Essa viagem é para quem quer pausar a correria, se reconectar com o básico, e lembrar que o mundo lá fora ainda tem lugares intocados. Dormir sob as estrelas no deserto de Omã não é apenas uma hospedagem diferente — é um lembrete de que a vida pode ser simples, bela e feita de momentos que não cabem numa foto.
Então, se você está buscando uma escapada que combine aventura, contemplação, comida boa e um céu estrelado como você nunca viu… já pode começar a pesquisar voos para Mascate. O deserto está te esperando — de braços abertos e areia quentinha.